Da minha mesa, observo um casal. Ela, olhos no celular enquanto esperam o garçom trazer a conta. Ele, com os cotovelos apoiados na mesa, começa a cantar:
-Quis evitar teus olhos, mas não pude reagir...Fico à vontade então. Acho que é bobagem a mania de fingir, negando a intenção...
Fico tensa, esperando a reação da moça, mais ou menos da minha idade, cabelos presos num coque alto, enquanto a voz do rapaz ecoa no salão interno (e vazio) do bar-livraria.
Mas, antes que meu desespero se concretizasse, ela levanta os olhos, esquece a tecnologia, abre um sorriso e continua:
-Quando um certo alguém cruzou o meu caminho e mudou a direção...chego a ficar sem jeito, mas não deixo de seguir a tua aparição.
Sorrio aliviada.
Os amores correspondidos me acalmam, aquecem e me fazem seguir. Mesmo que num clichê de uma música do Lulu.
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