Mais do que apaixonado pela cidade, o carioca é fanático por futebol. Rubro negro, alvinegro, tricolor. Independente da combinação de cores, se exaltam na hora do gol.
Não é preciso ligar a televisão, colar o ouvido no rádio: clássico a gente sabe o resultado no grito e silêncio, como tragédia e vitória.
Campeonato estadual é copa do mundo: heroísmo exagerado em um passe bem feito. Decisão nos pênaltis: um convite à loucura.
Do meu apartamento, sei do gol perdido do Vasco na consagração exacerbada da torcida do Flamengo.
A concentração é o bar mais próximo - o garçom ignora qualquer movimentação: olhos vidrados, marcados na bola. Buzinaço, alegria que se perde na briga da torcida.
Impossível ignorar os jogos, muito menos os resultados contados na quantidade de – mêngooo! E – vaxcão! que escuto dentro da minha sala (mesmo quando os dois times não se enfrentam).
Um grito torna-se continuação do outro: Uma resposta barulhenta, que faz parte do burburinho da cidade. Em minha falta de carioquice, já percebi que o Rio de Janeiro não nos permite ser imune ao futebol.