quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Quanto vale?


A verdade é que pouca coisa realmente vale a pena. Pouca coisa é motivo para me levantar pela manhã. Para voltar pra casa. Para não me atirar da Rio-Niterói.

Pra ser sincera, a felicidade não é abstrata, mas um tanto fluida, espalhada pelas linhas tênues que se formam entre a obrigação e a calma.

Mas, não se engane, é preciso ser feliz na obrigação, senão é calvário.

A verdade é que pouca coisa vale a pena. Mas, não sou eu quem vai dizer quais são os limites para você. A mim, cabe a alegria plena que só existe nas certezas do que eu preciso ser.

Se não vale, não serve. É apenas passagem, trampolim pra seguir em frente.

Das coisas que me sustentam, está um sorriso no travesseiro ao lado todo dia cedo e amigos contados nos dedos das mãos. Ultimamente, tenho trocado a pressa por um café preto e as especulações por uma dose de saudade - e um impulso pro amanhã.

Se não é, não me importa. Quando for, já não terá solução.

A verdade é que pouca coisa vale a pena. E já não perco o sono, nem a paz. Tenho adotado os dias de sol e me apegado à diferença: ser o que sempre fui, sem ter medo do que me espera na esquina.

domingo, 8 de julho de 2012

Com as escolhas nas mãos


Acordar cedo, tarde, não acordar. Seguir em frente, parar, alterar a rota. Aprender a dançar, a cair e, quem sabe, até rodopiar. Pedir as contas do que não tem brilho, distribuir possibilidades a cada esquina.

Desistir, começar, recomeçar pelo meio – ou mesmo por algum final. Afinal, é a gente quem escolhe entre o talvez e o sim e determina o peso do não.

São nossos pés que ditam o ritmo, são nossas mãos que apontam a direção. Sorrir não é mostrar os dentes: Existir não carrega o peso e a alegria do viver.

A gente é que decide a verdade, cada um pinta a sua esperança da cor que lhe convêm - e não me venha dizer do contrário, confundir ou gritar sua razão.

Entenda que abraçar o vento traz liberdade, mas não aponta a direção, porque a gente é quem sabe a hora de içar a vela, mudar o rumo ou perder o prumo.

A gente é quem sabe a hora de parar, a necessidade do grito e a contramão. Porque, lá no fundo, a gente é quem sabe o lado mais fraco da corda e, calar, tantas vezes, vale mais que a potência da voz.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Sobre o passo seguinte

Às vezes eu procuro um motivo para evitar o tropeço guardado nos pés. Uma verdade contada, cortada na carne de quem espera e não sabe - nem vê.

Dos motivos, um tanto gastos, sobra-me ainda a necessidade do caminhar. Porque a vida muda, mas a verdade é que, no fundo, pouca coisa ganha o opaco.

Mudam as cores, a exposição ao sol, a necessidade da chuva.

Mas, não muda o que se ganha pelo simples fato de seguir em frente. São histórias que carrego nos bolsos para não perder o importante do olhar.

São amigos que ditam a reta, quando não há linhas no mapa. Assim, (re)invento o caminhar, mesmo que os dias não tenham sol - porque a esperança sorri, mesmo que entre as frestas.