Destes dias nublados, sempre sobra um resto de chuva na janela para anunciar o mundo lá fora.
São tristezas mais aparentes e uma vontade que o mundo caiba debaixo do cobertor. Nas ruas, as pessoas embaladas em cachecóis e algumas camadas de casaco não perdem a pressa. O passo é rápido e os olhos também não se desfazem da mania de abraçar o chão.
Dias assim, pedem café quente e filme repetido na televisão. Mas a rotina continua apostando corrida, pintando de cinza o que também pode ser bonito.
Destes dias nublados fica sempre uma saudade descontinuada de tudo o que não vivi, das possibilidades que ignorei, das escolhas que não fiz. Mas é também em meio a esta neblina cinza que paira a cidade que não me arrependo de ter chegado até aqui.
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