sexta-feira, 9 de abril de 2010

Da eternidade do efêmero

Quisera congelar aquele momento. Talvez emoldurá-lo, mas não para contar vantagem e sim para poder admirá-lo, todos os dias, sem folhear a memória.

Até mesmo porque a memória é falha e sempre reconta a história de uma forma diferente. Emoldurá-lo para que talvez se lembre, para sempre, de cada sensação, de cada pensamento que entrava em choque, perdido em dúvidas e ansiedade.

Tudo porque dentro de um instante há milhares de instantes que percorrem e perguntam onde encontrar o momento certo, preso a tantos presentes distintos e amenos.

Quisera guardar aquele e todos os fatos existentes em tempos paralelos num tempo absoluto. Mas o destino, brincalhão, preferiu oferecer momentos contínuos de felicidade, evitando prender o olhar a um momento: Ofereceu-lhe a eternidade de tudo o que é efêmero.

Daí em diante, a vida pôde ser um filme sem cortes, de sorrisos largos, de dias bons, mesmo em momentos ruins. Daí em diante, se pôde entender que não é preciso emoldurar a alegria, basta simplesmente estendê-la a mão.

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