terça-feira, 29 de setembro de 2009

Do que pode ser nítido

Tenho mãos atadas e uma confusão de palavras. Tenho o que eu não sei dizer e incomoda e traz calafrios. Tenho um coração prestes a pular e uma vontade imensa de voar por esse céu hoje tão sem estrelas, vagar por essa vida iluminada pela luz artificial de qualquer cidade.

Às vezes as lágrimas insistem em pular sem acenar histórias, sem nostalgia ou perda. Tenho o incômodo das manhãs de sol, dos dias quentes, secos e duros. Eu tenho uma pilha de livros, uma porção de teorias e uma vida esperando lá fora, longe e tão perto.

Eu tenho tudo o que não sei dizer, de uma falta que eu não sei explicar, de uma vontade que é melhor nem saber. Sim, eu tenho um futuro e um jogo do contente. Eu tenho você assim: no que eu não vejo.

Eu me tenho no palpável - o resto é história, negativo exposto à luz. Eu tenho uns discos velhos, canções repetidas para dores diferentes. Não gosto da vida contada em letreiro de néon. Tenho tudo o que é translúcido e vivo buscando a nitidez.

Um comentário:

Lisandro Nogueira disse...

Olá Ana,
que bom!! Você está me seguindo e eu vou segui-la.

Lisandro