quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Conversas com espelhos

É, pois é... Quais eram os planos? Aliás, havia algum a se cumprir? Dou dois passos rumo ao horizonte, a queda pode ser grande, a loucura pode ser asco, mas é necessário tentar. Se a gravidade puxar, se eu não for mais leve que o ar, me desculpe, mas eu vou cair. E será um precipício a minha própria verdade e será um adeus o meu amanhã.

Eu me esqueci, eu juro que me esqueci se coloco as mãos nos bolsos, se assovio, olho de lado ou danço. Os meus olhos andam cansados, o meu corpo me consome e se enrosca e se perde em lençóis. O que eu vejo daqui? Prédios e deslumbres. Vejo gente sendo o que não é, trocando as noites, trocando as pernas, os amores, trocando o que não dá pra trocar pra lá na frente se arrepender e pedir um perdão.

Talvez, virando a esquina, alguém perdoe as suas falhas, mas o mundo costuma ser cruel, meu caro. É, quando a gente só vê o novo, às vezes tropeça no próprio deslumbramento. Eu sei que há a mania de fazer roteiros pelo prazer de mudar o itinerário no meio do caminho. Mudança nunca foi condenação. O que se condena é a mentira em sorriso claro, mas nunca limpo.

Vamos, você ainda não me respondeu: quais eram os planos? Acho que a corda bamba não estava no roteiro original. Essa coisa de não saber pra quem sorrir é desgastante, menos, porém, do que mostrar os dentes a qualquer um. Estou esperando a resposta, a fila à minha espera, já dobra o jardim. Talvez você me encontre por lá, talvez além mar, além de qualquer expectativa sua.

Talvez você não me veja nunca mais ou eu me transforme em um sonho que nunca existiu. A gente é um pouco daquilo de quem está por perto, de quem a gente escolhe. É preciso lembrar que o sol cega, depois queima. Por isso, eu prefiro cultivar caminhos e veias sob a minha pele.

3 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia... confesso que precisa estar muito motivado para entender seu texto. Mas, ficou maravilhoso. Deixa eu tentar um comentário do ultimo parágrafo: "Escolhemos quem serão as pessoas que nos influenciarão no decorrer de nossas vidas. Sendo assim, podem ser dos mais variados tipos. Sao escolhas que fazemos que que talvez, um dia, venhamos nos arrepender das más escolhar realizadas. Por que disfarçar certa amizade, pra que dizer que gosta se nao gosta. Não sejamos falsos." VIAJEI.
Adorei seu texto.

OBS: acompanho, embora não nos conheçamos....

Michel Alberton disse...

gostei do seu texto!!!
achei muito massa, é a primeira vez que eu passo no seu blog, e vi que pelo texto vou passar mais vezes.
Muito Bom!!

Ana Flávia Alberton disse...

Olá Anônimo e Michel,

Voltem sempre que quiserem, obrigada pelas palavras e pela visita.

Abraço.

Ana.