quinta-feira, 24 de julho de 2014

No espelho

Posso saber o seu nome?
Você que habita meu corpo, me confunde a alma, troca os pés para abrir caminhos com as mãos.

Você que me trava a batalha,
Traz força e resposta,
mas distrai os dias para reaprender a andar.

Posso saber o que te move, o que te faz feliz?

Quero saber como chegou até aqui,
como substituiu os dentes do meu sorriso e agora já não quer partir.

O fardo é menor, seu nome é saudade?

Quando foi que você me deixou assim? Anacrônico, quase anárquico, análise tola e desnecessária?

Posso saber o que você pretende?
Aonde mesmo fica o Porto?
Responda,
é preciso içar as velas.

Quando mesmo é que você me convence? A primeira batalha é silêncio. O resto, inspiração?

Você sabe dizer, por favor, quando é que eu me transformei em mim?

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